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FIDCs se consolidam como alternativa de financiamento e atraem investidores com crescimento de mais de 42%

11/08/2025 - Fonte: Monitor Mercantil


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Em um cenário econômico marcado pela busca por opções mais rentáveis que a renda fixa tradicional, os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) vêm ganhando protagonismo tanto como instrumento de financiamento para empresas quanto como alternativa atrativa para investidores qualificados.

Segundo levantamento da Uqbar, o mercado de FIDCs registrou um crescimento expressivo em 2024, alcançando um patrimônio líquido de R$ 635,74 bilhões, o que representa uma alta de 42,11% em relação ao ano anterior. Já em junho de 2025, os dados da Anbima indicam que os FIDCs ultrapassaram os fundos de ações em volume de patrimônio líquido, atingindo R$ 687,39 bilhões.

Mesmo com uma captação líquida negativa no conjunto dos fundos de investimento no primeiro semestre de 2025, que somou R$ 37,8 bilhões em resgates, os FIDCs figuraram entre as poucas categorias que registraram mais aportes do que saídas, sinalizando uma forte confiança do mercado nesse tipo de instrumento. Os FIDCs funcionam como fundos que compram direitos creditórios, que são valores a receber de empresas, como duplicatas, parcelas de financiamentos ou faturas de cartão de crédito. A B3 classifica quatro tipos principais:

- FIDC aberto: permite o resgate de cotas conforme o prazo estabelecido no regulamento.
- FIDC fechado: os cotistas só podem resgatar no final da vigência do fundo.
- FIDC não padronizado (FIDC-NP): investe em recebíveis de maior risco, como dívidas inadimplentes ou de empresas em recuperação judicial.-
- FIDC setorial: especializado em créditos de setores específicos da economia.

Embora tradicionalmente direcionados a investidores qualificados, como pessoas físicas ou jurídicas com mais de R$ 1 milhão investidos ou certificações específicas, alguns fundos também se abrem para o público geral, desde que respeitem as normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Além do retorno potencial mais elevado, os FIDCs oferecem diversificação de carteira, maior controle de risco com classificação por agências especializadas, auditorias externas, consultorias de crédito independentes e estrutura regulatória sólida, o que aumenta a segurança e a transparência das operações.

Na prática, os FIDCs têm se tornado peças-chave no ecossistema de crédito brasileiro, fomentando o acesso ao capital por parte de empresas, especialmente as de pequeno e médio porte, ao mesmo tempo em que atendem à crescente demanda de investidores por produtos com bom desempenho e lastreados em ativos reais. Com o amadurecimento do setor e o avanço regulatório, a tendência é de que o mercado continue se expandindo e atraindo novos participantes.

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